quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O (in)crível mundo em que vivemos

Nascemos. Por mais amassados, feinhos e chorões que sejamos, uma das primeiras frases que nos repetem é: "Que lindinho/a!". Ótimo começo. Uma mentirinha inocente e de fácil credibilidade. E assim continua: "Não vai doer", "Só mais uma colherada", "O vovô está com os anjos" (opa, não dá para provar, nem para desmentir esta, então não vale), "Para sempre", "Eu prometo..." (em várias instâncias), "Já volto", "Cinco minutinhos" e outras tantas frases cotidianas e muitas vezes previsíveis. Com o tempo, crescemos e percebemos que, em nossa estimada cultura, a mentira é, quase sempre, mais crível que a verdade.
"Elvis está morto". Por que acreditar em algo tão óbvio? E surgem as teorias de conspiração para provar o contrário, muitos lutam para provar que mentiram para nós, enganaram o mundo. John Lennon, Ulisses Guimarães e muitos outros habitam a mesma ilha do rei do rock. "O Brasil é um país de terceiro mundo". Ora, como pode? E temos aqueles programas de televisão para nos convencer de que aqui é o paraíso (pode até ter lugares paradisíacos, concordo, mas é um pouco grande para se restringir a tais pontos).
Agora quando nos dizem "Não aumentarei os impostos de modo algum" a situação muda. É muito fácil acreditar em Papai Noel quando se tem 3 anos e em político dos 16 aos 150 anos. É praticamente igual, os dois carregam um saco de surpresas. Quem vai querer dar murro em ponta de faca? Melhor acreditar ou fingir que acreditamos em algo e continuarmos com a apologia à mentira.
"Não é nada sério" diz o médico. E pede a batelada de exames. "Ai, amor, prometo que vou parar de fumar". "Este ano vou perder 5 kilos", "Chegarei às sete em ponto". É hilário como qualquer uma das frases é aceita como verdade, ainda que parcial (é o pior, certo?). Sete horas e quinze minutos para quase todos é a mesma coisa que sete horas. E não tente reclamar porque será motivo de chacota, você é que está errado em achar que a frase era verdadeira.
Em respeito às muitas verdades que circulam por aí, agora que o Carnaval passou, espero o coelhinho da Páscoa.

Nenhum comentário: